domingo, 29 de novembro de 2009

Dr. Katz, Professional Therapist


Assistir aos episódios de Dr. Katz me faz pensar no que pode haver de não supremamente engraçado em frequentar um terapeuta. Esse pensamento me invade com alguma força e vai se tornando cada mais poderoso e arrebatador à medida que a resposta se torna clara, definitiva e incoercível. E a resposta é: quase nada. Quase nada deixaria de ser supremamente engraçado em matéria de terapia, eu imagino, se eu fosse um paciente. Engraçado para mim, é claro. “Doutor, quando eu era criança os meus pais me deram a dose correta de atenção e disciplina. Doutor, eu comunico os meus pensamentos e o que eu sinto de maneira apropriada. Doutor, tudo que eu faço é geralmente aquilo que eu acho que eu deveria estar fazendo.”

Eu só consigo me persuadir em não contratar os serviços de um terapeuta quando eu começo a pensar nos profissionais que a comunidade médica brasileira provavelmente colocaria à minha disposição. E então o meu convencimento, que antes poderia ser descrito como uma inclinação totalmente favorável a fazer terapia, se consolida numa terminante rejeição.

Um pouco de franqueza. Vamos imaginar que a minha terapeuta seja uma mulher. Pergunta: quanto da sua ciência terá sido adquirida em livros e quanto do que ela acha da vida ela não terá aprendido nas novelas do Manoel Carlos? E se for um homem? Dada a hipótese extrema dele não ter sido um idiota do movimento estudantil comunista, inevitavelmente boa parte das suas preocupações será com o resultado do jogo do, sei lá, Grêmio com o Brasiliense – se não as duas coisas.

Mas este post é para falar de Dr. Katz. A série é um pouco antiga. Começou em 1995 e terminou em 1999. Eu acompanhava apenas esporadicamente quando ela passava no Multishow. Há pouco tempo eu baixei todos os episódios e agora eu estou vendo um por um.

Mas eu preciso confessar que, por circunstâncias absolutamente peculiares da minha agenda, eu só costumo assistir a esses episódios depois de acabar uma rotina extenuante, quando eu já estou bem cansado. Eu só consigo ver, ainda no pleno domínio do meu cérebro, no máximo uns dois episódios. Depois disso eu já começo a dormir e acordar, a dormir e acordar. Isso é massa porque eu fico com uns fragmentos dos diálogos na minha memória e quando eu coloco novamente o episódio para passar, já no outro dia, eu vou vagamente me lembrando do que eles disseram, mas com a sensação de que eu estou, na verdade, descobrindo antecipadamente o que eles vão falar.

Na foto, o Dr. Katz está sentado na sua poltrona. O guri é o Ben, filho do Dr. Katz, cuja filosofia de vida é a de if you do nothing enough, then something is bound to happen. À esquerda, a adorável e inatingível Laura, assistente administrativa no consultório dele. Ela é completamente impaciente e distante, mas nunca ríspida e descortês, na minha opinião, com o povo que está aguardando a consulta ou mesmo com o Ben - ainda que por ofício, ela sempre atende aos telefonemas diários do Ben, o que é sempre mais do que se pode falar de maioria.

Fora esses três personagens excelentes, em cada episódio aparecem os pacientes do Dr. Katz, personalidades da stand-up comedy americana ou mesmo atores. Mitch Hedberg e David Cross, por exemplo. Eles apresentam o material deles, tornado ainda melhor pelas animações. Esse vídeo do David Cross, aliás, mostra bem o jeito da Laura, que eu insisto em dizer que não é rude no sentido mais puro e condenável do termo. Ela é uma graça, é o que eu quero dizer.



segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Uma foto

Abrindo esta foto numa janela separada vocês verão como é que eu sou na vida real, quando eu não estou aqui brincando de ser blogueiro.


 
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