domingo, 19 de julho de 2009

Modest Mouse

Faz pouco mais de um ano que eu comecei a escutar essa banda mais sistematicamente. Não me lembro exatamente da ocasião, mas me lembro muito bem das minhas circunstâncias à época. Cruzava a cidade, de um lado para o outro, ao mesmo tempo pensando em coisas que iriam acontecer no final de semana e em coisas marcadas para mais de 40 anos depois. Eu ouvia música basicamente só pelo mp3 player, um mp3 player rudimentar que me deram uma vez. Uma coisa que era boa, no entanto, era que algum comando que eu tinha ativado e que eu nunca tive muita paciência para mudar, esse comando fazia as músicas serem tocadas sempre na mesma sequência. Eu me divertia bastante quando uma música ia chegando ao final e eu, por algum mecanismo cerebral insabido, de uma hora para a outra me lembrava qual música iria tocar em seguida. Era a ordem no meu universo, o controle e a segurança que todos nós buscamos. Eu ainda acho que pressentir a próxima música é um evento muito especial.

Spitting Venom, por falar em finais memoráveis, é uma das minhas músicas prediletas. Ao vivo chega a ser uma música completamente diferente da versão de estúdio, é claro -- é muito boa, mesmo assim.



Baby Blue Sedan, pelas minhas razões e numa montagem realmente excelente.



Não é por nada que Modest Mouse está na primeira colocação na minha lista do Last.fm. E não é por nada que a banda é uma das mais escutadas.



O final desta música - The World at Large, a partir de 4:22 - me faz pensar naquelas cenas em que os personagens do David Lynch estão despertando de um sonho escabroso, ainda sem saber que eles já acordaram e ainda sem saber o quão escabroso foi o sonho que eles acabaram de ter. Essa montagem é também do povo da internet.



Terminando, Other People's Lives.

domingo, 12 de julho de 2009

The Curious Case of Benjamin Button - David Fincher



Brad Pitt devia estar maluco se ele pensou que ele iria ganhar um Oscar pelo que ele fez neste filme. E eu não estou falando isso por que o Oscar seja uma premiação seriona que só profissionais fabulosos possam ganhar -- não foi o Sean Penn que ganhou mais uma vez no ano passado como melhor ator? Então. O meu ponto é que como Benjamin Button o Pitt não fez nada demais. O máximo que ele fez foi seguir o roteiro exatamente como foi mandado, tudo para se tornar uma visão perturbadora. E o sucesso que ele teve nisso, é claro, foi graças unicamente aos efeitos especiais. E até onde eu saiba, embora seguir o roteiro e se tornar uma visão perturbadora sejam algumas das coisas necessárias para se ganhar o Oscar - Tom Hanks não me deixa mentir -, para ser escolhido como vencedor o profissional precisa fazer alguma coisa a mais.

E agora eu digo o que não é para ser bombástico, porque minha índole a isso não permite, mas que é para ser escutado pelas pessoas que se apressaram em elogiar a história: este filme não tem um drama que se possa dizer verdadeiramente dramático. Correndo o risco de acabar como aquela articulista que uma vez disse que The Passion of The Christ tinha uma carga dramática de quinta, observo que, anomalias genéticas por anomalias genéticas, Benjamin Button está longe de ser um Elephant Man. Ou Mask. Em matéria de sofrimentos de guerra não tem nem graça querer exaltar o Benjamin, o que portanto eu deixo de fazer. Muito menos no tópico das mortes violentas e abruptas. Ele tampouco viu todas as pessoas por quem ele tinha afeto morrerem, como o Highlander. E devo lembrar que o sujeito conheceu a Cate Blanchett? Vamos dar uma olhada na indigitada senhorita:


I rest my case.

Mas tem também o fato de que ele foi um herdeiro.

sábado, 11 de julho de 2009

Luis Guzmán*


*Do arquivo.

Só serve para filmes de vasto elenco, em que a sociedade americana, de uma forma ou de outra, deve ser apresentada como um mosaico cujo conteúdo é um bocado de gente perturbada que diz I don´t give a fuck, porque isso soa bem e expressa bem. Mas como serve. Ele consegue sair do modelinho do latino yo man. Às vezes ele é engraçado, às vezes mau. É um dos meus atores prediletos. Se a trama envolve muitos personagens irrelevantes, Luis Guzmán pode ser um deles.

N´O Juri, ele é um dos doze jurados. Em Tratamento de Choque, ele é um dos pacientes de Jack Nicholson. No Conde de Monte Cristo, ele é dos trezentos piratas e acaba virando lacaio de Jim Cavieziel. Consultando aqui sua filmografia, constato que em alguns filmes ele representou a ele mesmo. Ah, como eu queria me lembrar, com detalhes, de Crocodilo Dundee II ou daquele em que o George Clooney fica dentro do porta malas com a Jennifer Lopez. Até Magnólia. Ou mesmo Oz (...), Oz (...) Oz! Boggie Nights... Há filmes mais celebrados, como o Coletor de Ossos e Traffic. Parece que houve até uma série, da qual nunca eu ouvi falar. Uma pena mesmo. Em algumas produções e em cenas excluídas de dvd ele aperece uncredited -- e essa é a minha definição de injustiça.

Clark and Michael

A minha total retirada temporária deste blog ainda não se completou, de modo que eu aproveito para postar sobre uma série antiga que para mim é nova. Só ontem e hoje mais cedo é que eu parei para assistir aos dez episódios da única temporada, que é de 2007. Cada um tem mais ou menos dez minutos, o que tornou mais fácil eu conhecer a história, me inteirar sobre os personagens, me envolver com o trama, descobrir como ela acaba e enfim sentir vontade de que ela continuasse.

Eu já tinha ouvido falar bem e já confiava que Clark and Michael seria um bom ato de entretenimento. O formato é o de um mocumentário. Clark e Michael são dois amigos que ficam enfurnados dentro um apartamento - ocasionalmente saindo em frustradas missões para conseguir emplacar um programa de TV que eles escreveram. Clark é o arrogantezinho que se enfurece quietamente quando as pessoas o confundem com uma mulher. Michael, o anglo-saxão acostumado a consumir muito satisfatoriamente tudo que ele tem vontade.


Um povo do Arrested Development aparece de vez em quando. David Cross, por exemplo - que era casado com a tia do George Michael -, é o instrutor de direção neste episódio do vídeo. Tony Hale também aparece. Quem ficou faltando e que, hum, de fato fez falta, foi o Will Arnett.

Nesse outro episódio em algum ponto se cogita de trocar um pacotinho de sal por uma semana com a esposa de um imigrante russo, mas logo depois se decide que o melhor em matéria de barganha é julgar cada situação.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Vai ser difícil eu conseguir postar com alguma regularidade nestes próximos tempos. Penso com alguma melancolia em alguém lendo isto aqui secretamente, silenciosamente, e ficando sem o seu pasmo de cada final de semana. É uma grande pena alguém ter que ficar sem o seu pasmo de cada final de semana.


 
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