domingo, 31 de agosto de 2008

Rushmore - Wes Anderson


Porque estudar, para mim, sempre foi algo muito importante, um filme que se passa numa daquelas escolas tradicionais americanas tinha mesmo de causar uma forte impressão. Ainda mais considerando as veementes recomendações que recebi daqui e também de um outro lugar. O tradicionalismo da escola, na verdade, nem é tão grande assim, a história não se passando nos anos 20 ou 30. Mas os alunos usam lá um terno com um brasão e têm lá umas aulas de latim, o que muita gente tem dito que é o mínimo para uma educação digna do nome.

O que eu posso dizer que eu tenho em comum com o Max Fischer, que é o protagonista, é que nós dois temos uma impressão bastante vaga do que seja a verdadeira America Latina. Isso e o fato de usarmos aparelho dentário apenas na parte superior da arcada. O que eu posso dizer que eu tenho em comum com o personagem do Bill Murray? Bom, eu também só em numa piscina em condições extremas.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Celebrity - Woody Allen

Ah, o devastador efeito que uma capa pode produzir. Por anos eu deixei de assistir a esse filme baseado unicamente no que eu imaginava que ele deveria ser, tendo a capa que tem. Apenas há pouco tempo é que eu fui saber mais detalhes que afinal me convenceram a assistir. Se dependesse da apresentação visual, isso nunca iria acontecer. Pois dificilmente se consegue olhar para outra coisa que não a cara do DiCaprio numa atitude de quem está sendo objeto de uma reportagem: uma impressão, obviamente, desanimadora. Eu me lembro de passar por esse filme, na minha antiga locadora, várias e várias vezes. Só olhava de relance. Nunca cogitei alugar algo que tão perigosamente se parecesse com um episódio de Kids. Quando eu passava por perto eu baixava a cabeça e ao meu próprio modo o esnobava.

Se pelo menos eu soubesse quão engraçado o Kenneth Branagh está, eu não teria demorado tanto. Mas digo Kenneth Branagh por figura de linguagem. Quem ele representa, no filme, qualquer um pode perceber, é o próprio, não outro, velho e bom Allen Stewart Konigsberg. É uma difícil missão. Mas para um irlandês que se notabilizou interpretando papéis de Shakespeare, ele se sai muito bem. No fim, pode-se ficar apenas positivamente surpreso que ele não esteja praguejando contra a coroa britânica ou tentando salvar o mundo através de shows de rock, coisas em que os irlandeses de hoje excelem.


Nos filmes do Woody Allen sempre há umas cenas em que várias pessoas falam ao mesmo tempo; normalmente é um jantar familiar, uma festa ou comemoração do tipo. Para alguém distraído como eu, o modo pelo qual eu escolho o personagem no qual vou prestar atenção é aleatório. Muitas vezes eu nem percebo que o protagonista está na tomada. Que eu me lembre, por exemplo, nesse filme tem um casamento, um lançamento de livro e uma estréia na porta de um cinema; casos, enfim, de pequenas desordens. E eu acabei me concentrando em algumas figuras que, não exatamente para a minha surpresa, depois não apareceram nenhuma vez.

sábado, 23 de agosto de 2008

O Chefão - Mario Puzo


Arranjei este livro num sebo, em troca de um monte de pocket books que eu tinha por aqui. A grande vantagem é que eu fiquei com aquele tema musical na minha cabeça, e durante os dias em que estive lendo o livro, por várias vezes eu o executava mentalmente enquanto dizia e fazia coisas que me parecessem de alguma forma astutas. E o que é impressionante é que, sob o efeito da música, essas coisas que eu dizia e fazia, por mais tolas e anódinas, pareciam mesmo de alguma forma astutas. Pelo menos suficientemente astutas, em todo caso, para me fazer pensar que espécie de chefão da máfia eu seria.

Às vezes eu ergo as mãos como um velho siciliano e procuro, com uma rouquidão postiça, passar por um homem de respeito. Nada acontece. A minha falta de carisma e de paciência para ajudar os outros não permitem que eu seja um grande Don, mas talvez eu tivesse algum futuro como consigliori. Acho mesmo que, sob as circunstâncias corretas, eu poderia me tornar um excelente caporegime, a julgar que minha lealdade a um grande Don pudesse fazer emergir alguma ferocidade que estivesse latente.

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A leitura foi muito agradável, como particularmente agradável foi o primeiro contato que eu me lembro de ter feito com a história dos Corleone. Estou falando dos filmes, é claro. Não me lembro se eu já havia assistido a algum de forma mais detida antes de ter arrancado meus dentes sisos, alguns anos atrás. Certamente eu não tinha na minha cabeça todos os detalhes da história quando, numa semana que passei inteira em casa, só tomando sorvete e me recuperando da operação, aluguei os três filmes de uma só vez. Nessa ocasião foi que eu fui conhecer melhor a Família e, ao meu jeito, me tornei "amigo dos amigos". Já agora eu não me lembro de algumas partes que possivelmente eu deveria lembrar, se fosse minimamente sério o meu intuito de fazer uma comparação entre as duas versões.

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Leio na contracapa deste livro que Mario Puzo participou da adaptação para o cinema.

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Uma das coisas que eu não poderia deixar de falar é sobre o trabalho de tradução para o português. Bom, na medida em que traduções podem ser satisfatórias, as minhas reclamações contra a que foi feita nesse caso não são muitas. E eu não tenho o original em mãos para criticar muita coisa, é claro. O que eu de fato posso dizer é que certas passagens me fizeram parar e ponderar no que poderia estar o tradutor pensando quando escolheu determinadas palavras e expressões. Por exemplo, quando Sonny Corleone se irrita com a presença de oficiais do FBI no estacionamento da Alameda de Long Beach, no dia do casamento da sua irmã.

Muito bem. Vamos conceder ao tradutor que a semelhança mais próxima no banditismo nacional da primeira metade do século XX, o que talvez mais apropriadamente possa ser considerado uma forma de organização criminosa nos moldes da Máfia, seja o nosso cangaço. Vamos conceder, ainda, que era preciso traduzir o livro não com a intenção de manter no maior grau possível o estilo original, mas com o firme propósito de o tornar palatável, e mesmo familiar, ao público brasileiro. Poderíamos conceder ao tradutor fosse o que fosse: daí a achar que o filho do mais poderoso Don de Nova Iorque irá dizer "Cabras safados!" para manisfestar a sua raiva contra oficiais do FBI já é um pouco demais.

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Sobre as inconsistências propriamente ditas que eu encontrei entre o livro e o filme, no que diz respeito a coisas que acontecem nas duas histórias, algumas devem ter uma explicação muito boa que eu desconheça. Possivelmente "inconsistência" não seja bem o que eu queira dizer, porque o que normalmente acontece, que é o filme suprimir passagens do livro, não aconteceu. O filme é que aparentemente inovou. No livro, por exemplo, não encontrei referência ao fato do Vito Corleone ter retornado à vila de Corleone para vingar a morte do seu pai, logo nos primeiros dias em que sua carreira de criminoso prosperou em Nova Iorque. Isso, no filme, é basicamente crucial para a sua caracterização. A mesma coisa vale para a tramóia de Freddie para aniquilar Michael, que é mostrada no segundo filme, e mostrada como um dos pontos mais dramáticos de toda a história, e que não tem qualquer respaldo na história do livro.

[Basta. Googlei o assunto e confirmei que o segundo filme e (principalmente) o terceiro não foram baseados no livro. Fim do do colchete e do post].

Nostradamus previu o tsunami

Preciso começar a escrever diretamente na página do Blogger para verificar em que medida a configuração deste blog está comprometida. Por hábito, sempre escrevi no Word o que eu iria postar, vendo nisso a vantagem de salvar alguns arquivos para somente meses depois eventualmente eu voltar a eles. Eu poderia fazer isso também na página do Blogger, que sem maiores problemas permite que qualquer coisa seja guardada como rascunho. Foi apenas o hábito que me fez agir de outra forma.

Mas agora este hábito está começando a se mostrar bastante inoportuno; toda vez que eu tiro do Word o texto que eu já havia escrito, a formatação vem para o Blogger toda avacalhada. Basta dar uma rápida olhada nos posts anteriores para ver como alguns parágrafos simplesmente têm se recusado a serem publicados na fonte que eu escolhi. Francamente, eu agora já não sei em qual fonte eu gostaria de publicar in the first place; eu vou escolhendo aleatoriamente fontes diferentes a cada vez que eu tento resolver o problema. Tenho falhado miseravelmente nesse propóstio, aliás.

Pela primeira vez, portanto, escrevo algo diretamente na página do Blogger. E vou ainda mais além. Não justificarei o texto; não justificarei a margem do texto, eu quis dizer. Suspeito que esse negócio de justificar a margem direita está causando também algumas atrapalhações. Veremos como isso aqui vai sair.

Para o total cumprimento da minha missão, neste post, sou obrigado, ainda, a postar algum video. Andei enfrentando sérias dificuldades para conseguir fazer isso em posts anteriores, no que a edição html da página, por onde o link do youtube é inserido, se mostrava extremamente confusa.

Aproveito a chance para colocar esta música do Alice in Chains. Chama-se I can't have you blues. A partir de um certo momento ela me faz pensar em algum filme em que o Didi aparece correndo de um lado para o outro, num daqueles transes de felicidade típicos dos filmes infantis, quando parece que vai ficar tudo bem.

Continuando com este blog


Foi uma grande coincidência que eu tenha assistido ao The Life Aquatic with Steve Zissou com tão pouco tempo de diferença entre a minha releitura de Moby Dick. Eu disse coincidência porque não era o meu plano intencional consultar obras de conteúdo náutico para então fazer um post – muito menos um post sobre capitães monomaníacos que conduzem suas tripulações em caçadas a criaturas bestiais.

Mas, em razão dessa circunstância, em todo caso, e eu terminei de reler o livro na semana passada e estava vendo o filme agora mesmo, muitas associações entre essas duas histórias me ocorreram. Tantas, na verdade, que eu não estaria exagerando se dissesse que as duas obras representam duas formas diferentes de contar a mesma história. Quanto a isso, eu sei, pode ser que um defeito meu prejudique a minha análise. Chamo de defeito o que a minha modéstia me impede de chamar de a-característica-mais-certa-que-uma-pessoa-poderia-ter-a-respeito-de-narrativas. Esse defeito, como eu ia dizendo, está no fato de eu valorizar e prestar atenção mais na sucessão de eventos que encaminham o desenvolvimento das histórias do que nas repercussões existenciais que esses eventos produzem nos personagens. E, nessa perspectiva de apreciar o enredo, é muito fácil dizer que TLAwSZ é apenas uma versão indie e levemente mais cândida do romance de Herman Melville, por toda a perseguição a um monstro marinho e tal, quando, no fundo, a personalidade arrogante e tresloucada do Capitão Ahab nada tem a ver com os trejeitos de fracassado has been de Steve Zissou.

Mas o que me fez mesmo parar para escrever esse post foi a necessidade de registrar apenas uma coisa. Ficou bem engraçada, eu achei, e eu não desisto de pensar que foi de propósito, a adaptação que Wes Anderson fez de Quiqueg. Quiqueg, no livro, é truculento nos seus gestos, mas afável nos seus humores; um ser absolutamente primitivo e rudimentar; descendente da realeza local de uma ilha polinésia, filho de um rei, ele abandona o seu lar para fugir num navio baleeiro; sanguinário e analfabeto, Quiqueg torna-se um arpoador exemplar; tira a sua notável coragem da proteção que supõe receber de uma entidade sobrenatural que atende pelo nome de Yojo e que é personificada num idolozinho de madeira.

Não tem como deixar de gostar de Quiqueg, assim como não teria como deixar de gostar da sua versão atual, se a sua versão atual não fosse... atual demais. Pois como Wes Anderson transpôs para a nossa realidade o que em meados do século XIX era simplesmente o que de mais exótico existia, a saber, um aborígene? Quiqueg moderno é ninguém mais, ninguém menos que Seu Jorge. Sim, o único e sacrossanto Seu Jorge. Só que em vez de Yojo, o seu idolozinho de madeira é um violão. E em vez de manobrar um arpão, como o seu protótipo, Seu Jorge fica tocando, solitário com o seu violão, músicas de David Bowie que ele mesmo traduziu para o português.

Bom, já sabemos como ficou Quiqueg, já sabemos também que o Capitão Ahab foi transformado num personagem mais ou menos perfeito para Bill Murray, o que significa que em algum ponto toda a insignificância da sua vida estará refletida num olhar perdido no horizonte, numa fala baixa ou num pequeno gesto do mais absoluto esplim. Resta saber como ficaram os outros membros da tripulação, como Flask, Starbuck ou Stubb de juízo. E entre os primeiros imediatos do Belafonte (o navio de Steve Zissou), encontramos Willem Dafoe fazendo o papel de um alemão afetado; encontramos também Owen Wilson abobalhado como sempre. Falta, no filme, qualquer coisa minimamente equiparável a Ismael (o perturbado narrador de Moby Dick), é claro, porque mesmo o excelente Wes Anderson jamais poderia passar por ele.


O sujeito de terno é o empresário do grupo, um inglês bastante divertido. Ao seu lado está um funcionário da companhia seguradora. Bem no centro, o grande idiota concorrente.


Foto do elenco do Moby Dick de John Huston. Quantas coisas ominosas.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

To catch a thief


Não se deixem enganar por todos os filmes de Alfred Hitchcock. A alguns deles vocês assistirão com uma emoção baseada muito mais no fato de estar assistindo a um filme de Hitchcock do que propriamente na história.

To Catch a Thief talvez seja um desses em que o espectador, se quiser se divertir com o filme, não poderá contar unicamente com a parte do suspense. Quer dizer, logo na primeira cena aparece um gato perambulando pelos telhados de uns casarões enquanto se ouvem gritos desesperados de senhoras da alta sociedade, o que é bem legal. Depois disso, no entanto, as coisas interessantes do filme mudam radicalmente de natureza e, do estrito ponto de vista de um suspense clássico, o gato perambulante bate Grace Kelly tentando seduzir Cary Grant.

O bônus do DVD mostra uma entrevista de uma filha ou sobrinha do Hitchcock que estava freqüentando um curso de cinema e que levou para casa, uma vez, um trabalho exatamente sobre um dos filmes dele. Eu gostei da total falta de escrúpulos da parte dos dois, que rapidamente se uniram, segundo ela conta, para formular as teses mais argutas sobre a direção e explicar com profundidade todas as técnicas cinematográficas com as quais o filme foi realizado. Ela conta como tirou um C no trabalho e como Hitchcock reagiu graciosamente.



quarta-feira, 20 de agosto de 2008

E isto não é propriamente um post

Só para esclarecer, eu não estava em Paris para que pudesse então não ficar em Paris em Agosto. Infelizmente, essa não era uma escolha que eu pudesse ter feito. Mas gente inclinada à jactância não faltará, mesmo nos recantos sombrios e esquecidos deste blog, e acho que eu terei contribuído alguma coisa nesse departamento com a seguinte sugestão.

Se alguém lhe perguntar o que você está fazendo em algum lugar que seja bastante feio e ruim, e se acontecer dessa pergunta ser feita durante o mês de Agosto, que não importe quão deplorável seja a sua situação que você não possa evitar aquele lugar feio e ruim: não dê a essa pessoa a satisfação de humilhar você; não se envergonhe da sua própria desgraça e nem perca a compostura, que sempre há como se ostentar um falso bem-estar com a correta medida de desdém. Simplesmente responda, dando de ombros, enchendo um pouquinho as bochechas e depois liberando o ar com pequenos estrépitos, simplesmente responda que, ora, ninguém fica em Paris em Agosto.

Diga isso a uma pessoa levemente mentalmente irregular e bem pode ser que você consiga esconder um pouco a sua desvantagem. Dado que você esteja realmente desarranjado nas suas complicações, é claro, não haverá remédio possível. Fora dos casos extremos, porém, é possível dar o conveniente spin nas mais vexatórias indiscrições, de modo que dizer que ninguém fica em Paris em Agosto poderá salvar a sua reputação. Mesmo que não seja Agosto, eu acho, a fórmula ainda mantém o seu valor. Bastará que a pessoa contra a qual se esteja disputando seja suficientemente desinformada sobre o que acontece em Paris em Agosto. E mesmo outros lugares podem vir a substituir Paris, mesmo outros meses podem vir a substituir Agosto. “Ninguém fica em Königsberg em Agosto”; “Ninguém fica New Haven em Agosto”; “Ninguém fica em Ibiza em Janeiro”.

São, como se vê, infinitas combinações. E elas sequer se limitam a mencionar um lugar e uma época do ano nos quais, em todo caso, não se deveria estar, por um motivo ou outro. A fórmula é realmente muito mais ampla. Tudo aquilo que seja embaraçoso fazer você pode fingir que está fazendo apenas porque uma outra coisa mais gloriosa, que normalmente você faria, não pode ser feita naquele exato momento por razões que escapam ao seu controle. Essa outra coisa gloriosa, se você normalmente não a faria, pelo menos você pode fingir que... nor-mal-men-te você faria. A chave, na verdade, está no fingimento que você irá praticar e nos efeitos (inesperados para a outra pessoa) que esse fingimento irá surtir. E, ao dizer que ninguém poderia fazer essa outra coisa gloriosa, não só você tira de si o peso de estar fazendo o embaraçoso, como também inverte a relação de zombaria, assim deixando a outra pessoa no lado desconfortável. A outra pessoa é que passa a ser a ignorantona que desconhece as sutilezas da matéria; ela é que está errada em imaginar que aquilo que você está fazendo não é a única atitude imaginável para qualquer outra pessoa, em qualquer lugar e tempo, por mais principal que ela seja.

Por trás da minha proposição está o seguinte arrazoado: se ninguém faria o contrário do que você está fazendo, é forçoso concluir que todo mundo agiria da mesma forma que você. Deixando de lado algum preciosismo que você possa ter em relação a alguma espécie de rigor lógico, e de fato o silogismo é menos que ideal, a idéia (vou até escrever com um “i” maiúsculo: a Idéia) passa. Passar, ela passa. Um ou outro cientista poderá aparecer para fazer algumas objeções, mas o que corretamente descreve o que essa idéia faz, na conjuntura geral da população, é a ação de passar. Ela passa.

O que eu acabei de dizer pode parecer complicado, mas é bem simples, quase grosseiro – e eu não tenho dúvidas de que se eu parasse de escrever esse post para consultar aqueles comentários do Olavo de Carvalho à Dialética Erística de Schopenhauer, lá eu encontraria algum nome grego ou latim para designá-lo. Provisoriamente, vamos chamar esse estratagema de inversão parisiense.

 
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